Última atualização: 28/5/2024
Área de Estudos
Uma das hipóteses que o programa de monitoramento da qualidade de água poderá comprovar é o papel dos brejos de taboas na filtração e depuração das águas do córrego Macacos. O cartograma acima mostra ás áreas encharcadas que foram estimadas pela Profa. Eliane Viera (UNIFEI). A comparação dos resultados das análises físico-químicas das águas nos pontos à montante dos brejos será comparada com os pontos a jusante das áreas de taboas.
Projeto Izidora -Área de Estudo
Na tabela acima, você poderá baixar todos os arquivos do mapeamento feito por drone (VANT) pela empresa RMPC.
A área de estudos do projeto Izidora engloba a Ocupação Vitória e a bacia de drenagem do córrego Macacos que inclui ainda as propriedades do entorno (Casa Francisco e as Fazendas Werneck e do Grupo EPA). O mapeamento representado nessa seção foi feito por VANT (Drone) pela RMPC. Os pontos em azul são os locais onde é feito o monitoramento da qualidade de água e os pontos em amarelo são os locais escolhidos para receber as TVAPs.
Clique na foto para um mapa em formato A0 de alta resolução.
Área de Estudos
Por Ricardo M. Pinto-Coelho
A Mata do Isidoro (Granja Werneck) com 950 hectares localizada na região norte de Belo Horizonte apresenta um grande potencial para se tornar um dos maiores parques urbanos do mundo, superando em duas vezes o tamanho do parque Cidade Dona Sarah Kubitschek (420 ha), localizado em Brasília (DF), que é considerado o maior do mundo.
Dos 45 bairros que fazem parte da região administrativa norte, 16 fazem divisa direta com a região do Isidoro, em áreas de ocupação já consolidada, denominadas pela Prefeitura de BH como sendo de entorno imediato. Ao norte, essa região limita-se com o município de Santa Luzia, em áreas de ocupação já consolidada, e em áreas ainda desocupadas, na porção nordeste.
Fonte: PBH, 2010
O Córrego Macacos é uma sub-bacia do rio Isidoro que por sua vez é uma sub-bacia do Córrego do Onça que é um tributário do Rio das Velhas. Esse último rio desemboca no Rio São Francisco na localidade de Guaicuí (MG).
A pedido do avaliador externo, Prof. Dr. Lairson Couto estamos complementando a descrição da área de estudos, contextualizando a localização do Projeto Izidora nas respectivas sub-bacias do rio São Francisco: rio das Velhas, rio do Onça e rio Isidoro. Os três mapas acima foram gentilmente cedidos pelo Prof. Lairson Couto
A região do Isidoro possui uma das maiores áreas de vegetação nativa preservada do município, bem como grande potencial hídrico. É uma das últimas fronteiras de expansão urbana de Belo Horizonte, sendo a maior porção de terra não-parcelada contínua existente na Região Norte do Município, com cerca de 9,5 Km² (nove e meio quilômetros quadrados) de terrenos predominantemente não ocupados. A região possui caracteristicas geológicas, geomorfológicas, biológicas, sócio-culturais e históricas que justificam a presente proposta.
Fonte: PBH, 2010
A Região do Isidoro abrange duas macro-bacias (Isidoro e Onça), sendo que sua maior parte está inserida na macro bacia do Isidoro e somente uma pequena porção na macro bacia do Onça, conforme demonstrado pela figura acima. Segundo o Plano Municipal de Sanemanento (PBH), podemos enumerar as seguintes bacias elementares:
1. Macro-bacia do Isidoro: Córrego Fazenda Velha, Córrego Terra Vermelha, Cascalheiro, Av. Hum, Rua 52, Rua Luiz, Córrego Macacos, Estrada da Pedreira,
Estrada do Sanatório.
2. Macro-bacia do Onça: Córrego do Angu, Córrego do Monjolo.
Fonte: PBH, 2010
A bacia do ribeirão Isidoro possui uma área de drenagem de cerca de 55 km², o que corresponde a aproximadamente 20% do município de Belo Horizonte. A bacia hidrográfica possui 64 córregos, 280 nascentes. O alto e médio curso correpondem à região mais urbanizada, enquando o baixo curso curso predominanam fazendas e chácaras além de algumas áreas preservadas.
Fonte: PBH, 2010
A Granja Werneck/Isidoro é uma área de grande relevância ambiental, mas que não apresenta uma infraestrutura mínima e muito menos pode-se constatar uma presença mesmo que mínima do estado. Apesar dos inúmeros estudos já feitos seja pela prefeitura de Belo Horizonte, pelo estado de Minas, por universidades tais como a UFMG e ainda por órgãos do governo federal, é fácil constatar que falta de tudo. Transporte, segurança, saneamento, educação e cuidado com o meio ambiente.
Toda essa região está atualmente ameaçada pela pressão por ocupação, seja no padrão do entorno imediato, constituído por assentamentos irregulares, seja pela ocupação regular, com diversos parcelamentos sem bom planejamento apenas motivados pelo aquecimento do mercado imobiliário.
É interessante notar que essa área não apresenta apenas uma enorme importância ambiental, mas possui também uma grande relevância histórica e cultural . E a região ainda está inserida no Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o que deveria estar oferendo uma série de oportunidades de desenvolvimento sustentável, o que também não se verifica.
Fonte: PBH, 2010
A região do Isidoro é a maior área verde ainda não parcelada do município de BH, tendo aproximadamente 9,5 km². Para se ter uma idéia, a área central de BH, delimitada pela Av. do Contorno tem 8,9 km². Dois fatores devem ser considerados nessa cenário: (1) a região tem sofrido com várias invasões e apresenta uma enorme tensão social; (2) a região tem sido foco da especulação imobiliária e já foi objeto de vários projetos de urbanização e implantação de complexos residenciais que não foram adiante. Atualmente, existem 04 ocupações nessa região: Esperança, Rosa Leão, Helena Greco e a maior delas, a Ocupação Vitória.
Fonte: PBH, 2010
O foco do projeto será a Ocupação Vitória que está situada na porção norte da Granja Werneck, na divisa entre os municípios de Belo Horizonte e Santa Luzia. As áreas de atuação do projeto foram divididas em três setores (1-A, 1-B e 2). Em ambos os setores, serão feitos uma série de estudos, incluindo o Plano de Saneamento, a quantificação dos processos erosivos, monitoramento da água e dos recursos florestais. Nos setores 1-A e 1-B estão previstas várias intervenções visando a recuperação ambiental das águas e da vegetação. No setor 2 serão feitos apenas estudos ambientais. Iremos ainda extender o monitoramento ambiental para dois outros tributários do Córrego Isidoro: Fazenda Velha e Terra Vermelha.
Os setores 1-A e 1-B encontram-se já ocupados por moradias. Não obstante, apresentam graves problemas ambientais, incluindo processos erosivos, assoreamento de cursos d´água, aterro de nascentes, desmatamento acentuado de encostas e remoção de vegetação ciliar. Trabalhos anteriores, conduzidos pela Profa. Maria Rita Muzzi, do departamento de Botânica da UFMG e membro de nossa equipe dedicaram especial atenção em manter frequentes contatos com líderanças comunitárias locais. Ao longo dessa convivência, as lideranças apresentaram e priorizaram demandas visando não só melhorias ambientais, mas também ações que contribuam para uma melhoria da qualidade de vida dos moradores da Ocupação Vitória.
Uma atenção especial será dada à recuperação de nascentes e da vegetação ciliar, ao longo do Córrego Macacos bem como de alguns de seus tributários (trechos 1 e 2, acima).
Serão construídas ecobarreiras ao longo dos córregos para evitar o assoreamento e a vegetação ciliar será totalmente recuperada nos trechos assinalados do setor 1-A
Você poderá navegar por toda a região estudada e seu entorno, clicando no cartograma abaixo (aplicativo Google Maps). É possível constatar facilmente não só a grande extensão de área verde que ainda está presente na região (Granja Werneck), mas também a elevada densidade habitacional do seu entorno. Bairros populosos tais como Venda Nova, Vila Cloris, Ribeiro de Abreu, Jaqueline, Baronesa e ainda das várias ocupações acima destacadas. Esse cenário já foi objeto de vários projetos urbanísticos, estudos acadêmicos e outros. Contudo, até o momento, pode-se constatar que trata-se de uma região que historicamente tem sido relegada a um segundo plano pelos gestores do município.